O duopólio entre Android e iOS continua a ser um objeto de estudo de especialistas em tecnologia e desocupados em geral. E, sinceramente, eu acredito que isso vai perdurar por muito tempo (ou até que alguém se atreva a entrar nessa briga).
Embora as estatísticas de vendas indiquem que os dispositivos Android superam (com sobra) as vendas de todos os modelos do iPhone comercializados, a realidade do uso nos Estados Unidos revela uma paridade que só é impressionante para quem não entende como funciona cada mercado.
Nos Estados Unidos, o iPhone pode ser encontrado por valores muito mais acessíveis ou até mesmo de graça, dependendo do plano contratado na operadora. E ainda tem gente que precisa de relatórios para entender esse fenômeno de vendas.
Fizeram um estudo para isso
Essa aparente contradição do mercado norte-americano em relação ao resto do mundo é o cerne de um recente relatório do Consumer Intelligence Research Partners (CIRP). Os especialistas tentam entender por que isso está acontecendo por lá, pois ninguém leu o que eu acabei de escrever neste artigo, um pouco acima.
A discrepância entre as vendas e a presença real de dispositivos Android e iOS nos Estados Unidos é algo realmente chamativo. A paridade de uso, mantendo-se em um equilíbrio perfeito de 50/50, levanta dúvidas sobre o porquê dessa aparente anomalia quando comparado com o mercado global.
O mais recente relatório do CIRP oferece uma série de teorias que podem explicar o que está acontecendo. Um dos fatores determinantes parece ser a durabilidade e a taxa de troca de dispositivos.
Os dados apontam que os usuários de dispositivos Android tendem a substituir seus aparelhos com maior frequência do que os usuários do iPhone. No primeiro ano após a aquisição, 23% dos usuários de Android optam por trocar por um novo dispositivo, enquanto essa estatística é significativamente menor no caso do iPhone, registrando apenas 10%.
É óbvio que as atualizações entram na equação
Antes que você, usuário do iPhone, comece a fazer o bullying de forma desnecessária, vamos explicar por que esse índice de troca no Android é mais do que o dobro.
Uma teoria que surge é a diferença nas atualizações de sistema operacional e segurança oferecida por cada sistema operacional.
Os dispositivos iOS recebem atualizações regulares, muitas vezes com um período estendido de suporte de até cinco ou seis anos, um benefício que os dispositivos Android ainda tentam alcançar. Ou melhor, só agora alcançaram com os novos Pixel 8 e Pixel 8 Pro, que vão receber sete anos de atualizações.
A qualidade das atualizações e sua disponibilidade podem estar influenciando as decisões dos consumidores, já que são raras as marcas de smartphones com Android que entregam uma longevidade similar ao do iPhone nos seus dispositivos.
Além disso, a diferença de preço entre os dispositivos também é um fator. O iPhone é normalmente mais caro, o que pode induzir o usuário a investir nesse smartphone e manter o seu uso por mais tempo. Já os dispositivos Android, com opções mais acessíveis, podem ser considerados como telefones mais frágeis e descartáveis.
A durabilidade do iPhone é frequentemente destacada pelos usuários, com um sistema operacional altamente otimizado e uma qualidade de construção que pode resistir ao teste do tempo. Isso contrasta com a ampla variedade de dispositivos Android no mercado que, embora ofereçam opções atraentes, podem estimular a troca de aparelhos por causa da diversidade de modelos e constante evolução nas soluções apresentadas entre os fabricantes.
No final das contas, a escolha entre um dispositivo Android ou iPhone é uma decisão pessoal, mas os dados revelam que a durabilidade do telefone é o fator mais relevante para que os usuários permaneçam ou descartem um smartphone.
Independentemente de sua preferência, ter um pouco de critério na hora de escolher um smartphone pode resultar em anos de uso de um mesmo dispositivo, ajudando a valorizar o investimento feito neste produto.