Pode não parecer, mas está acontecendo um êxodo do Android para o iPhone. E não percebemos isso porque o smartphone da Apple é bem caro no Brasil.
Mas em outros mercados, onde o poder de compra é muito maior (porque os salários são melhores), muitos estão abandonando o sistema operacional do Google e aderindo ao iOS, por mais que essa mudança seja um grande desafio pelos aspectos técnicos envolvidos.
Isso se chama CONCORRÊNCIA, e é algo absolutamente saudável, por mais que alguns críticos mais vorazes tentem nos convencer do contrário. Mas… vamos tentar entender o que está acontecendo para que esse movimento migratório aconteça.
Os números são frios, mas evidentes
A empresa de pesquisa Consumer Intelligence Research Partners (CIRP) publicou recentemente um relatório que mostra uma clara tendência dos usuários que estão cada vez mais propensos a deixar o Android para aderir ao iPhone como dispositivo principal.
Nos últimos 12 meses (em um ciclo que se encerrou em março de 2023), 15% dos compradores de um iPhone confirmaram que vieram de um smartphone Android, enquanto que 83% já estavam com um smartphone da Apple.
Vamos combinar que 15% de um grande público consumidor é um número significativo, ainda mais levando em consideração que o Android ainda é um sistema operacional dominante no mercado global.
Nos Estados Unidos, o cenário é diferente. A maioria dos norte-americanos usa o iPhone há muito tempo, uma vez que a Apple sempre se estabeleceu como campeã de vendas neste país.
O que resta aos fabricantes do Android é oferecer produtos melhores e mais atraentes. E aqui, eu não estou falando apenas nos aspectos financeiros. A experiência de uso é algo fundamental, e parece que está ficando muito claro que o problema não é mais o preço do produto.
Até porque está evidente para mim que o pobre sou eu e, pelo visto, as pessoas estão dispostas a pagar o que for para ter um iPhone.
Sempre foi assim, e dificilmente vai mudar
Eu tenho gatilhos emocionais quando ouço as pessoas aqui em Florianópolis falando a frase que é o subtítulo desse segmento, mas vou controlar a vontade de ligar para o meu terapeuta e explicar algo importante para esse contexto.
Essa migração do Android para o iPhone não chega a ser uma grande novidade em nossas vidas. Na verdade, é uma tendência crescente: em 2021, 10% dos compradores do telefone da Apple vieram de um dispositivo com o sistema operacional do Google, e essa porcentagem passou para 11% em 2022 para agora saltar para 15%.
E é importante lembrar que plataformas como BlackBerry e Windows Phone desapareceram justamente por causa do smartphone da Apple. Aliás, deixo aqui um abraço para Motorola e Nokia, que ridicularizaram a iniciativa da gigante de Cupertino em apostar no mercado de telefonia móvel em 2007.
Quem está rindo agora?
De qualquer forma, outro ponto relevante nessa problemática é o fato do iPhone representar hoje o status e uma experiência premium para os seus usuários, e até mesmo aquele motoboy que parcelou o iPhone 8 em 24 vezes nas Casas Bahia quer vivenciar esse estilo de vida, mesmo que artificialmente.
Por fim, a Apple é reconhecida por muitos pelo seu foco rigoroso na proteção de dados pessoais e na segurança dos seus dispositivos, algo que o Android não chega perto de oferecer no mesmo nível. Principalmente com uma Play Store que recebe qualquer tipo de aplicativo, indo de jogos avançados até apps que prometem trazer a pessoa amada em três dias.
No final, não precisa ser um Sherlock Holmes para compreender os motivos que levam um usuário a abandonar o Android para investir o suado dinheiro em um iPhone. A vida em si ensina. Nem precisa de números muito complexos para explicar essa problemática.