Nico Hülkenberg.
E confesso que fui até o Google só para pegar o nome do cidadão corretamente para inserir neste artigo em todas as vezes, no melhor modo CTRL + C e CTRL + V. E a melhor parte é que a Geração Z nem vai poder me julgar, pois ela não sabe o que esses comandos fazem.
Nem acredito que estou perdendo tempo da minha vida para escrever este artigo e não me esquecer de nada na hora de gravar o vídeo sobre esse assunto. Porque… a parte mais importante de tudo isso está no título.
Eu quero contratar o empresário do Nico Hülkenberg para ser o meu advogado.
Tá, eu sei que não é só isso…
Não tenho nada contra o menino Hulk. Ele até que é útil nos Vingadores. Mas fato é que os melhores momentos dele como piloto não estão na Fórmula 1, definitivamente.
Não dá para dizer que Nico Hülkenberg é um Nicholas Latiffi na Fórmula 1. Mas também não dá para dizer que ele é um piloto memorável. Ou você quer me dizer agora que você escolhe LOGO ELE para jogar no videogame?
É claro que não!
Porém, o piloto alemão chama muito mais a atenção pelos feitos fora da principal categoria do automobilismo. E ainda assim: é preciso colocar alguns asteriscos nesse currículo dele.
Ele foi campeão de todas as categorias que ele passou antes da Fórmula 1. Dominou a Fórmula BMW e a A1GP #saudades, e conquistou os títulos na Fórmula 3 Euro Series e na GP2 antes de ir para a Williams em 2010.
Depois disso, entre idas e vindas, são 14 anos na Fórmula 1, e tudo o que ele fez foi uma pole e duas voltas mais rápidas.
A principal conquista de Nico Hülkenberg na principal categoria do automobilismo é ser o piloto com o maior número de largadas na categoria sem uma vitória ou pódio sequer.
Aquele garoto de 22 anos que chamou a atenção de todos quando fez a pole no GP do Brasil de 2010 com uma Williams é hoje um homem de 36 anos que, de forma milagrosa (diria eu), conseguiu um contrato com a Audi para (muito provavelmente) ser o segundo piloto de sabe lá Deus quem vai para lá em 2025.
A lista de agradecimentos de Nico Hülkenberg
Além do empresário, que é o principal responsável por essa conquista surpreendente, Nico Hülkenberg tem uma lista de pessoas para agradecer.
A começar pelo seu rival direto: o companheiro de equipe na Haas, Kevin Magnussen.
Entendo que tanto Hulk como Kevin estão na lista daqueles que “estão fazendo hora extra na Fórmula 1”, ocupando espaço de outros pilotos que poderiam estar na categoria. E mantenho a minha opinião, mesmo com essa contratação do piloto alemão pela Audi.
Acontece que o desempenho do Magnussen é tão fraco, que consegue evidenciar o quão melhor Hülkenberg é, mesmo sendo hoje um piloto medíocre.
Estou para dizer que a saída de Nico da Haas pode (inclusive) decretar a demissão de Kevin.
Outras duas pessoas que estão na lista de agradecimentos de Nico Hülkenberg são Nikita Mazepin (que foi vítima das circunstâncias geopolíticas, mas que é um piloto horroroso na prática) e Mick Schumacher (que vejo cada vez mais próximo de uma Fórmula E da vida, pois Oliver Bearman e Kimi Antonelli existem).
Também devo dizer que Hülkenberg tem muito a agradecer ao Günter Steiner, ex-chefe dele na Haas que, depois de uma bronca histórica que todo mundo viu no Drive to Survive, foi lá buscar o alemão de volta durante a pandemia, e temos o resultado que estamos testemunhando neste momento.
Por fim, Nico tem que agradecer aos pais dele, por terem feito ele nascer na Alemanha.
Sim. Não posso me esquecer que parte das motivações da Audi em comprar a Sauber é (em partes) repetir os passos da Mercedes, pelo menos no conceito.
E nada melhor do que atrair apoio de patrocinadores e empresas do país colocando dinheiro em um piloto alemão, que certamente tem uma ótima visibilidade junto aos torcedores… já que é o único alemão que está no grid neste momento.
No final das contas, Nico Hülkenberg tem de agradecer também a ele mesmo. Essa ida para a Audi não deixa de ser mérito dele de alguma forma.
Se a Haas está pontuando hoje é por causa dele, pois Kevin Magnussen tem a mesma performance de um cone parado dentro dos boxes da equipe.
A saída de Steiner da Haas e a melhora da equipe (coincidência ou não) beneficiaram Nico de forma direta, e isso se refletiu em sua performance em pista. Posso não concordar com a decisão da Audi pois, diferente de Fernando Alonso e Lewis Hamilton, o piloto alemão já deu o que tinha que dar na Fórmula 1, e é um dos veteranos que tomam lugar de novos talentos apenas porque possui bons patrocinadores.
Mas… diante dos fatos apresentados, não sou eu que vou para a corte de apelação da FIA pedir para que cassem a superlicença dele.
Poderia ser pior.
A Audi poderia contratar o Lance Stroll, que é o piloto que menos merece estar em um Fórmula 1 neste momento.