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Prefiro ter uma bateria maior no meu smartphone do que a recarga rápida

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Os fabricantes de smartphones não me entendem. E eu não estou fazendo essa afirmação como uma espécie de presunção ou mania de grandeza. Sei que não estou sozinho quando afirmo que gostaria de ter um smartphone com uma bateria que dure mais do que um dispositivo com recarga rápida.

Apesar de entender que os 5.000 mAh de bateria que o mercado de telefonia móvel adotou como padrão ser o mínimo considerado aceitável para manter o telefone funcionando por pelo menos um dia de uso longe da tomada, ainda acredito que isso é algo insuficiente para os padrões de uso atuais.

E vou explicar o meu polêmico ponto de vista a partir de agora.

 

Um marketing que funciona

Números são frios, e não revelam a realidade dos fatos.

Os fabricantes de smartphones tendem a colocar números superlativos nas especificações técnicas dos dispositivos, porque tal estratégia sempre funcionou no marketing dos produtos. Todo mundo sabe que boa parte das pessoas se impressiona com os números, independentemente do tema ou segmento abordado.

Logo, afirmar que um smartphone possui uma bateria de 5.000 mAh com recarga rápida de 80W é algo muito mais chamativo para o consumidor do que oferecer uma autonomia de bateria para dois dias. Para os fabricantes, a condicionante de preservar o hábito de recarga todos os dias no menor tempo possível agrega mais em termos mediáticos do que manter o usuário longe da tomada por mais tempo.

Sim, eu sei o que você está pensando. Essa teoria de bêbado é absurda para quem prefere ter o telefone funcionando por dois dias longe da tomada. Principalmente quando pensamos que esse hábito de carregar a bateria do smartphone todos os dias pode acabar com a vida útil desse importante item de hardware em um curto espaço de tempo.

E é exatamente isso o que os fabricantes de smartphones querem: que a saúde e vida útil da bateria do seu dispositivo se esgote rapidamente.

 

A recarga rápida é algo positivo. Mas…

Ter uma recarga rápida no smartphone não é algo tão ruim quanto tento vender neste conteúdo. Não podemos negar que tudo o que você pode desejar no momento de maior pressa é que o seu telefone recarregue a bateria no menor tempo possível. Porém, é importante lembrar o preço que essa prática cobra.

O principal problema que a recarga rápida oferece ao seu telefone é o calor. Para recarregar em elevadas velocidades, o dispositivo vai receber mais energia, e isso não só pode reduzir a vida útil da bateria, como também pode comprometer de forma eventual alguns componentes internos do telefone.

Hoje, os fabricantes trabalham em sistemas que podem enviar mais energia para o telefone minimizando os aumentos de temperatura. Em alguns casos, dependendo do modelo de telefone que você possui, essa limitação fica estabelecida para os cenários de uso de carregadores alternativos e mais potentes.

Ou seja, você até pode usar um carregador com potência de 100W para recarregar a bateria do seu iPhone, mas dependendo do modelo do telefone da Apple que você vai usar, a energia que será enviada para a bateria será de 20W no máximo.

Além disso, a questão do desgaste de bateria terá efeitos variados no dispositivo, e tudo vai depender do perfil do usuário que é proprietário do telefone. Algumas pessoas podem ficar mais de 12 meses com um iPhone e a saúde da bateria ficar acima dos 90%, já que o comportamento desse usuário tende a ser mais condizente com o de uma pessoa que sabe preservar o dispositivo como um todo.

Sabe como é… evitar recarregar o telefone o tempo todo, ou só realizar recargas quando a bateria está abaixo dos 20%, além de recalibrar a bateria de tempos em tempos.

Dicas que já compartilhei com a audiência dos meus blogs, mas que nem todos param para ler, pois textos longos geram uma preguiça enorme para algumas pessoas.

 

…é sempre melhor minimizar a deterioração da bateria

Depois de apresentar tantos argumentos negativos para a recarga rápida dos smartphones, chegou a hora de advogar em causa própria e explicar por que você deveria querer ter um telefone com uma longa autonomia de uso.

Primeiro, pelo motivo mais óbvio do mundo: quanto menos você carrega a bateria do seu smartphone, maior será a sua vida útil, independentemente do tamanho dessa bateria e do tipo de dispositivo que estamos utilizando. Essa regra vale também para tablets e notebooks.

Segundo, porque reduzindo a degradação de bateria, você abre a possibilidade para o uso desse smartphone por mais tempo e com o melhor desempenho possível. Neste aspecto, é possível até mesmo considerar uma menor obsolescência programada a longo prazo, algo que é quase impossível de se cogitar neste momento, principalmente com boa parte dos fabricantes de smartphones pensando apenas no aumento do volume de vendas dos seus lançamentos.

É claro que encontrar uma bateria maior e mais eficiente depende também de maiores investimentos em pesquisa e desenvolvimento, melhorias em hardware e software e várias outras iniciativas que dependem diretamente do interesse dos fabricantes.

E a própria existência deste conteúdo pode indicar que dificilmente vamos encontrar isso tão cedo.

Porém, com toda a crise nas vendas do setor de smartphones e uma economia global que enfrenta tempos difíceis, penso que chegou a hora dos protagonistas do setor repensar essa e outras estratégias se querem manter a lucratividade e a fidelidade dos seus clientes em seus produtos.

Entendo que aqueles fabricantes que melhor entenderem a dinâmica de mercado vão conseguir sobreviver ou prevalecer em um cenário onde a decisão vai para as mãos do consumidor, de forma quase inevitável.

E eu sei que eu e muitos outros usuários vão optar no futuro pelas marcas que vão priorizar essa maior autonomia de bateria nos smartphones. Até porque esse foi um dos fatores que fez da Nokia uma vencedora no mercado de telefonia móvel no passado.

Não seria a primeira vez que a história se repetiria.

Fica a dica.


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@oEduardoMoreira