Não… não é o Jack Bauer na presidência dos Estados Unidos. E esta é uma ótima notícia, acredite!
O piloto de Designated Survivor era um dos mais esperados para essa fall season, e posso dizer que ele não decepciona. Um roteiro que torna tudo muito crível, um bom elenco, e um episódio com ritmo que deixa o desejo de ver o que vai acontecer na sequência.
E, é claro, Maggie Q fazendo mais uma agente do governo norte-americano. Mas isso é outra história.
Se você esperava ver Jack Bauer, pode esquecer…
A melhor notícia que eu poderia receber de Designated Survivor é que não teríamos um Jack Bauer na presidência dos Estados Unidos.
Kiefer Sutherland finalmente entendeu que ele precisava interpretar outra pessoa dessa vez (se esqueceu disso em Touch), e dá ao seu personagem o tom crível que queremos: um Secretário da Habitação, um cara comum, com esposa e dois filhos, discreto e, obviamente, despreparado para assumir o posto de homem mais poderoso do planeta.
O ploto da série ajuda: pense no pior cenário possível, que é quando o presidente dos Estados Unidos, o vice-presidente e todo mundo do congresso morre em um ataque ao Capitólio. Quem assume? O Designado Sobrevivente.
A partir daí, vemos como esse sobrevivente se ferra de azul e vermelho, tendo que enfrentar a resistência dos militares (que, mais uma vez, se acham os donos da bola), a pressão da imprensa, a falta de confiança do time de funcionários do primeiro escalão e, para completar, a possibilidade dos ataques terroristas continuarem.
Sem falar que esta pode ser uma ameaça interna. Alguém disposto a derrubar o governo por não concordar com sua forma de fazer política.
Para muitos, seria o mundo perfeito
Há várias coisas muito interessantes no piloto de Designated Survivor.
Uma delas são duas referências à 24 Horas bem sacanas: o personagem de Kiefer, com menos de 10 minutos de piloto, já acorda ao lado da esposa, e já consegue dar uns pegas nela. Desculpe o termo usado, mas as duas coisas Jack Bauer pouco fez na série, e uma delas, quando fez, a mulher morreu logo em seguida.
Deixando as piadinhas de lado, o piloto e bem feito, bem produzido e de fácil compreensão por qualquer pessoa. É um drama político envolvente, tanto na sua estrutura narrativa como no seu ritmo.
Os personagens e suas aspirações são facilmente identificáveis, e a empatia ou antipatia com alguns deles é algo imediato. E isso ajuda a acompanhar a trama de forma mais imersiva.
Você rapidamente entende que o novo presidente é um bom homem, e que está perdido com tanta gente psicologicamente mais forte. E é esse contraste que vai tornar a série mais interessante diante de todos.
No final das contas, entendo que o piloto de Designated Survivor não decepciona. A aposta da ABC pelo visto se pagou, e se não cometer grandes barrigadas de roteiro, deve garantir uma renovação segura.
É claro que eu fico me perguntando como Nikita consegue sair e entrar de tantos empregos dentro do governo norte-americano… não seria melhor manter a personagem ad eternum?
Enfim, quem sou eu pra questionar isso, não é mesmo?
Ah, e antes que eu me esqueça… muita gente por aí concorda com a forma de pensar ilustrada pelo Secretário de Defesa do piloto.
Porém, lá foi por nomeação, e aqui, o vice era da mesma chapa da presidente.
E, nos dois casos, só seguiram as regras do jogo. Entenderam? 😉