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Primeiras Impressões | iZombie (CW, 2015)

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A espera acabou. A série que desafia todas as lógicas das histórias e filosofias de apocalipse zumbi – e até apresenta ‘dicas culinárias’, por assim dizer – estreou nessa semana. iZombie é inspirada na história em quadrinhos criada por Chris Roberson e Michael Allred, e propõe uma perspectiva diferente. Nada de pessoas morrendo por conta de uma horda de zumbis devoradores de cérebro. Pelo contrário: propõe a metáfora da morta-viva que tenta viver de forma mais intensa entre os vivos.

A série mostra a vida (ou melhor, o pós-morte e vida de novo) de Olivia Moore, uma médica promissora, centrada, responsável… enfim, uma CDF normal. Ela ia se casar, se dava bem com a família, e tudo estava muito bem na sua vida. Até que ela decidiu aceitar o convite de uma festa em um barco de uma colega de trabalho… e tudo mudou. Radicalmente. De forma definitiva.

Na festa, a turma do barulho começa a consumir todo o tipo de substâncias legais e ilegais possíveis, inclusive uma droga experimental. Talvez por conta dessa droga (digo ‘talvez’ porque essa ainda é uma possibilidade que não está 100% confirmada), muitos dos presentes na festa começaram a se transformar em zumbis. Olívia, CDF que só ela, não tomou a droga, mas foi ferida por um dos mortos-vivos.

Resultado: ela acorda dentro de um saco de morto, e se dá conta que virou uma zumbi. E tenta retomar sua ‘nova vida’ da melhor forma possível. Ah, sim, é claro: ela vive com fome, e fome de cérebro. Para ficar mais perto da sua nova guloseima preferida, ela passa a trabalhar como legista na espécie de IML de Seattle. Afinal, nada melhor do que trabalhar dentro da sua lanchonete particular, não é mesmo?

Mas a vida não é tão tranquila para Olivia. Além de ter que misturar cérebro com macarrão instantâneo e pimenta na sua alimentação, ela precisa conviver com as memórias dos mortos cujos cérebros são degustados por ela (e isso faz todo o sentido), e por conta disso, ela começa a ter flashes de momentos pontuas de suas vidas. E em muitos casos esses flashes podem ajudar a solucionar crimes que a polícia local (composta por um bando de incompetentes) não é capaz de resolver ou encontrar os culpados.

Logo, Olivia tem sua vida/morte/vida dividida em ter um dia a dia normal (até porque sua família e seu ex-noivo nem desconfiam que ela virou uma zumbi, apesar da pele pálida, cabelo colorido, mãos frias e suposto mal cheiro de gente morta que ela deve ter), ajudar a solucionar os crimes que das vítimas, e tentar encontrar uma cura para o seu problema.

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Quer saber? Eu curti iZombie! Era mais ou menos o que eu imaginava que seria, e é o tipo de série que “dá a volta”, vocês me entendem? Veja bem: me desculpe quem curte os quadrinhos, mas vamos combinar que essa é uma das premissas mais absurdas e desconectadas da realidade que já vimos no mundo das séries. A vida inteira nós entendemos que os zumbis são “mortos vivos”. Já Olívia é mais viva do que nunca, seu cérebro raciocina, tem flashbacks dos mortos e – pasmem – ela tem superpoderes!

Sim, pois só superpoderes explicam um deslocamento muito rápido e uma força acima da média para uma zumbi (não vou falar muito sobre isso porque não quero estragar o efeito surpresa de quem não viu essa “maravilha”).

Sem falar que – de novo – a mãe, o ex-noivo e os irmãos de Olivia SEQUER DESCONFIAM que ela virou um zumbi. Nem pelos aspectos físicos, nem pelas notícias (que poderiam ter corrido bem rápido, pois convenhamos, era um barco cheio de zumbis, e é impossível isso não ter parado em algum jornal local). Aliás, ninguém desconfia que ela é um zumbi. Só o colega dela de necrotério, que é um nerd freak que percebeu que ela comia os cérebros dos mortos que ele pedia para ela finalizar o serviço.

Apesar dos absurdos, o mais legal de iZombie é que a série (felizmente) não se leva muito à sério. É entretenimento. Não é para ser uma série investigativa onde o telespectador precisa ficar pensando muito para tentar descobrir quem é o assassino da vez. O piloto é bem básico, apresentando as situações e personagens sem maiores complicações. Não tem cenas chocantes (apesar de ser surpreendente ver a CW colocando no ar cenas de jovens consumindo drogas), nenhuma violência exagerada, e em alguns casos os personagens são bem caricatas.

No final das contas, eu gostei do resultado final de iZombie. Recomendo para aqueles que não levam o assunto muito a sério, e querem se divertir por 40 minutos. Pode dar certo se eles seguirem no ritmo de ser um procedural semi-galhofa, sem muita conexão com o crível. Mesmo porque ela desafia com força qualquer tipo de lógica das histórias de zumbi que você já viu na vida.

E aí… vai um miojo com cérebro aí?


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@oEduardoMoreira