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Que fim levou os netbooks?

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O netbook foi um produto que apareceu no mercado de tecnologia como um autêntico astro do rock. Todo mundo queria um computador compacto, leve para transportar e potente o suficiente para navegar na internet.

Os primeiros netbooks apareceram no mercado em 2007, mas foi em 2009 que o formato se consolidou. Em 2013, alcançou o seu auge, com 139 milhões de unidades vendidas naquele ano.

Porém, com a consolidação dos tablets (ou melhor, com o lançamento do iPad original), os netbooks foram perdendo a popularidade conquistada.

O formato não morreu por completo. Se adaptou para outras propostas que serão abordadas neste conteúdo. Mas está bem longe da popularidade que teve um dia.

A partir de agora, vamos compartilhar o que aconteceu com os netbooks, mostrando a caminhada de um produto singular no mundo da tecnologia.

 

Um computador barato e ultra portátil é algo muito sedutor

Eu fui um feliz proprietário de alguns netbooks de diferentes marcas. Me lembro que investi o meu dinheiro em propostas da ASUS e até da Philco, e em todos eles eu consegui ir muito além de apenas navegar na internet e produzir textos.

Nos meus primeiros anos como produtor de conteúdo na internet, consegui editar vários podcasts no Audacity e alguns vídeos com o Windows Movie Maker. De forma precária, é verdade, mas sempre entregando um resultado final com o mínimo de qualidade.

Porém, naquela época, já era difícil definir exatamente o que era um netbook. Da mesma forma como foi um pouco complicado explicar para muitos usuários mais leigos o que era um Palm, e como ele se diferenciava de uma agenda eletrônica.

E a tarefa de definir o que era um netbook não era das mais simples. Antes da primeira grande leva de produtos neste formato, algumas propostas similares apareceram durante a década de 1990, que mais lembravam computadores portáteis com funcionalidades reduzidas, sem entregar um potencial mínimo para desenvolver a maioria das tarefas mais elaboradas da época.

Os principais argumentos a favor dos netbooks eram a funcionalidade e os preços reduzidos. A maioria dos dispositivos comercializados na época contavam com processadores Intel Atom e telas com menos de 10 polegadas. Alguns modelos até contavam com mais de 12 polegada de tela, mas eram a exceção.

Os primeiros netbooks comerciais do mercado foram os dispositivos lançados pela organização One Laptop Per Child, que entregaram computadores econômicos com preços sugerido de US$ 100. Isso facilitava o acesso à informática para as crianças mais pobres do planeta.

O projeto teve uma repercussão notável, mas sempre foi destacado que esse tipo de equipamento deveria ser encarado pelos usuários como computadores complementares, ou um segundo equipamento com recursos mais básicos. Ou seja, jamais substituindo os equipamentos principais que os usuários já possuem em casa.

Um modelo em específico foi o primeiro a chegar ao grande público: o Eee PC de 2007 da ASUS, com tela de 7 polegadas, 860 gramas de peso, autonomia de uso de três horas e uma versão adaptada do Linux como sistema operacional em um primeiro momento, e uma versão com Windows XP que chegou depois ao mercado.

E o principal apelo comercial do Eee PC da ASUS era justamente o preço.

O conceito funcionou muito bem. Em 2009, as vendas de netbooks multiplicaram por oito, com 7.5 milhões de dispositivos comercializados. Na escala global, a missão de seduzir as pessoas foi muito bem-sucedida, já que entregava o que muita gente queria: um computador portátil, econômico e funcional.

Seu sucesso influenciou decisivamente no mercado de computadores portáteis, que sofreu uma queda de preços considerável entre os fabricantes que precisavam se ajustar ao cenário que estava estabelecido.

Por outro lado, os netbooks representam uma onda que chegou rápido e se desfez tão rápido quanto chegou, já que as vendas estancaram em 2010, com a chegada dos tablets.

 

Adeus, netbooks

O início do fim dos netbooks foi decretado no Natal de 2012, uma vez que os tablets começaram a ocupar esse espaço que antes era ocupado por esses computadores pequenos, práticos e muito portáteis.

Não é fácil explicar por que exatamente os netbooks perderam a sua popularidade. Recorrer aos tablets pode ser algo simplório, pois outros fatores são considerados relevantes para o evento. Até porque a crise econômica global de 2008 entregou efeitos para o setor de tecnologia por vários anos.

Fato é que as vendas dos netbooks estavam desacelerando antes mesmo da chegada do iPad em 2010. Um dos motivos para isso é a maior diversidade de notebooks mais baratos e com especificações melhores, o que fez muitos usuários a questionar qual é a melhor proposta para receber o seu investimento.

Paralelo à isso, a Apple lançou o MacBook Air, que era bem mais caro que um netbook, mas muito mais completo e funcional, o que fez com que todo o mercado apostasse no mesmo tipo de formato, nascendo assim os ultrabooks.

Ao mesmo tempo, os tablets efetivamente superaram os netbooks em vendas em 2011. Enquanto isso, o preço dos computadores compactos, que era o principal argumento a favor da compra desses produtos, foi para o espaço quando os fabricantes deixaram de lado as versões adaptadas do Linux para adotar o Windows XP, que tem uma licença mais cara. Sem falar nos próprios fabricantes que optaram por aumentar as suas margens de lucro por unidades vendidas.

No final, os netbooks perderam o seu ar de novidade no mercado, diferente dos smartphones que se tornaram o primeiro dispositivo informático da maioria dos usuários. Sem falar que muita gente teve que escolher ter um único produto para chamar de seu em um período de crise econômica global.

O fim do curto reinado dos netbooks não quer dizer que ele desapareceu do mercado, muito menos que ele deu em nada. Sem eles, os ultrabooks jamais existiriam. E muitos Chromebooks que estão funcionando nas casas, escolas e universidades contam com o alma dos pequenos computadores que tanto encantaram os usuários de tecnologia entre 2007 e 2013.

Os netbooks são produtos que contribuíram de forma significativa para o mercado de tecnologia. E sempre será lembrado por muitos de nós que testemunhamos e vivemos a sua ascensão na história da informática.


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@oEduardoMoreira