Press "Enter" to skip to content
Início » Telefonia » Ter um iPhone te deixa mais atraente?

Ter um iPhone te deixa mais atraente?

Compartilhe

A guerra entre os usuários do iPhone e do Android ganham contornos inusitados e inacreditáveis. Entre os mais jovens, essa disputa envolve principalmente os mais jovens, tanto nos Estados Unidos como no Brasil.

De um modo geral, os adolescentes brasileiros e norte-americanos preferem os smartphones da Apple, relegando o Android aos usuários mais velhos. Como eu uso os dois e tenho quase 45 anos, estou no meio termo de tudo.

Essa dinâmica reflete escolhas baseadas em preferências individuais e modismos tecnológicos, mas também está influenciando nas interações sociais e futuros relacionamentos afetivos. Por incrível que pareça.

 

Android feio, iPhone bonito

As gerações Millennial e Z lideram tendências curiosas no mundo da tecnologia, com uma volatilidade na relação com dispositivos e serviços que é bem curiosa.

São as novas gerações que lideram as vendas nos telefones em formato flip, ou que promovem o retorno das câmeras digitais compactas. Também são aqueles que ajudam a turbinar a moda retrô nos computadores e nos videogames.

Essa peculiaridade de comportamento também se reflete nas interações sociais em função do tipo de smartphone que um adolescente está utilizando. E quem tem um iPhone é aparentemente mais bonito aos olhos dos mais jovens.

Recentemente, relatos dos Estados Unidos indicam que usar um smartphone Android se tornou algo menos atraente para os relacionamentos. Essa percepção, embora subjetiva, levanta questões interessantes sobre as conexões entre dispositivos e relações interpessoais.

A força da Apple nos Estados Unidos é evidente, com 87% dos jovens americanos possuindo um iPhone. Essa predominância coloca os fabricantes Android em desvantagem, já que a lealdade dos usuários da gigante de Cupertino é enorme.

Ser o smartphone favorito dos jovens é uma estratégia de longo prazo da Apple para garantir a permanência desses usuários no seu ecossistema à medida que envelhecem, ao mesmo tempo em que os hábitos de uso dos dispositivos da marca são transmitidos para as novas gerações.

Ou seja, o movimento da Apple é inteligente, e foi muito bem construído desde o lançamento do primeiro iPhone. E vai ser difícil para qualquer fabricante de smartphones Android furar essa bolha.

 

As consequências de tudo isso

A influência do iMessage no iPhone, especialmente nos Estados Unidos, cria uma pressão social entre os jovens, destacada pela distinção de mensagens com cores diferentes para usuários de Android e iPhone.

Isso adiciona uma camada de complexidade às interações sociais. Quem não tem um iPhone fica efetivamente de fora das conversas e, por tabela, reduzem as chances de futuros relacionamentos afetivos com os usuários dos telefones da Apple.

Pode parecer um pouco absurdo tudo isso que estou falando, mas é a mais pura realidade, e está acontecendo neste exato momento. Tanto nos Estados Unidos como no Brasil.

Entrevistas virais mostram que o tipo de smartphone pode impactar a avaliação das pessoas em relacionamentos, o que é péssimo a longo prazo, pois “quem vê iPhone não vê coração”.

É mais um elemento superficial que as pessoas estão adotando para estabelecer uma primeira avaliação para um futuro relacionamento, deixando de lado elementos mais importantes como caráter e personalidade do indivíduo.

A preferência por iPhones é associada a uma avaliação mais positiva daquela pessoa, reforçando a importância das percepções sociais na era digital. O que, de novo, deixa de lado outros aspectos relevantes da pessoa em questão.

Algumas entrevistadas expressam a crença de que proprietários de smartphones Android são financeiramente menos favorecidos, o que é um completo absurdo. Alguns telefones top de linha ou premium com o sistema operacional do Google podem ser tão caros quanto um iPhone.

Esse estigma, associado erroneamente ao iPhone como símbolo de status social, destaca percepções distorcidas sobre a realidade econômica, além do materialismo exacerbado das pessoas, que deixam de se importar com a essência do outro nas relações sociais.

 

Um pedido: olhe para a essência do indivíduo

Tradicionalmente, o iPhone é visto como um símbolo de status social, mas a realidade é mais complexa. Até porque, em teoria, qualquer pessoa pode parcelar um smartphone da Apple em 36 vezes nas Casas Bahia.

E eu realmente acredito que algumas pessoas abraçam a ideia de que quem tem um iPhone é melhor como pessoa do que aqueles que contam com um telefone Android no bolso.

Pode parecer um pedido inútil, pois quem é fútil e superficial dificilmente muda. Mas como estamos falando de gerações que ainda estão com o caráter em formação, vale a pena ao menos tentar…

Não rotule as pessoas por aquilo que elas possuem. Procure conhecer a essência de cada indivíduo. O que a pessoa pensa, como ela se sente diante de você e, principalmente, a sua visão de mundo são muito mais importantes que o smartphone que ela usa.

O material é efêmero e de posse temporária, sempre. O importante é o essencial.


Compartilhe
@oEduardoMoreira