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Apple… 8 GB de RAM não dá! Nem mesmo para o Apple Silicon! E quer chamar de ‘Pro’ mesmo assim?

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A Apple pode falar o que quiser. Mas 8 GB de RAM (ou memória unificada, como ela tanto gosta de chamar) está bem longe de ser o aceitável para os usuários avançados para os seus computadores.

A transição da arquitetura x86 para a Apple Silicon marcou uma revolução nos Macs, redefinindo a abordagem sobre a memória que é discutível e de gosto duvidoso. Segundo a Apple, 8 GB em Macs com Apple Silicon equivalem a 16 GB em PCs, especialmente em tarefas especializadas.

Mas isso é a Apple falando. É o campo da distorção de realidade ligado. Será essa equivalência uma realidade universal ou uma generalização otimista, vindo das mentes de um marketing mentiroso?

 

Analisando a questão a fundo

A recente comparação realizada pelo canal Max Tech no YouTube, que colocou lado a lado o MacBook Pro 14″ M3 com 8 GB e 16 GB, oferece insights que mostram que a dona Apple no mínimo está desatualizada sobre a performance prática dos seus produtos.

E estou falando isso só para não acusar a Apple de mentirosa, inclusive por motivos jurídicos.

Ao exportar vídeos em ProRes, notamos uma diferença mínima de apenas cinco segundos entre os modelos. Algo que pode ser considerado uma façanha para o modelo básico, destacando seu impressionante desempenho nas tarefas mais comuns.

Mas é quando a complexidade aumenta é que as diferenças se tornam gritantes.

Em tarefas mais robustas como exportação multitarefa com vários softwares em segundo plano, o modelo de 8 GB aumenta significativamente o tempo para concluir essas atividades, passando de cinco para vinte minutos em alguns casos. E para quem precisa de uma maior agilidade para entregar essas tarefas complexas, fica evidente que um pouco mais de memória passa a ser algo fundamental.

A gestão de abas no navegador, uma tarefa que todo mundo faz no computador (independente do sistema operacional utilizado), é outra tarefa que deixa claro como a escassez de memória pode comprometer o desempenho final do MacBook Pro com M3.

Uma ou cinco abertas são gerenciáveis de forma aceitável no modelo padrão, mas quando atingimos 20 ou 30 abas abertas (o que não é nenhum absurdo para um usuário profissional; eu mesmo tenho nesse momento mais de 70 abas abertas no Firefox, e o meu Galaxy Book2 Pro com 16 GB de RAM não está gritando), o modelo de 8 GB começa a mostrar suas limitações, com queda na velocidade e eliminando os aplicativos em segundo plano com maior frequência

Ao abrir aplicativos mais pesados como o Photoshop, a exportação das imagens finalizadas é interrompida, o que pode prejudicar de forma direta o usuário que quer apenas entregar o que fez para o cliente e receber o seu dinheiro.

 

É mais complexo do que parece

Uma coisa que a Apple aparentemente se esquece ao defender os 8 GB de memória unificada para o MacBook Pro com M3 é que não podemos viver o presente no mundo da tecnologia. Este caro investimento é também para o futuro.

Você não compra um computador pensando no seu uso apenas em 2023. Dependendo do seu perfil de uso, ele pode funcionar bem com você por até 8 ou 10 anos. E com apenas 8 GB de RAM, muito provavelmente esse notebook não vai conseguir gerenciar as novidades de software que inevitavelmente vão chegar pela própria evolução da tecnologia, algo que é natural e inevitável.

Sistemas operacionais evoluem constantemente, adicionando funcionalidades em segundo plano. Assim como os softwares e aplicativos, que sempre vão demandar mais recursos do equipamento. Considerando esse cenário, é mesmo de se duvidar que 8 GB de RAM serão suficientes, mesmo com toda a eficiência do mundo que os processadores M3 e o macOS podem ter.

A comparação com outros dispositivos Apple ao longo dos anos destaca ainda mais essa exigência do software em relação ao hardware. Enquanto o iPhone 15 Pro já vem com 8 GB de RAM (pois a Apple entende que o usuário vai precisar de mais memória para entregar a fluidez tão desejada no iOS), iMac, MacBook Air, MacBook Pro e Mac mini permanecem estagnados nessa capacidade.

E isso só ilustra ainda mais a incoerência da Apple nessa decisão, considerando que estamos falando de um notebook que recebe o sobrenome ‘Pro’ e custa uma pilha de dinheiro do consumidor.

Os 8 GB que em 2012 eram padrão no iMac agora enfrentam críticas pela sua inadequação com a tecnologia de 2023. E o usuário tem razão na crítica: afinal de contas, estamos em 2024, e ver um MacBook Pro com M3 que custa mais de R$ 18 mil no Brasil contar com 8 GB de memória unificada é sim uma anomalia.

Todo mundo esperava mais de um produto que custa o preço de um pulmão no mercado negro.

Sem falar que a Apple cobra outra fortuna pelo mesmo equipamento com 16 GB de RAM, e deixa todo mundo preso à empresa para fazer essa escolha ANTES do produto chegar em casa. Lembrando: você não pode expandir a memória unificada depois, pois o equipamento ultrafino não permite upgrade desse tipo de hardware. E nem isso justifica cobrar R$ 2 mil a mais para entregar mais memória.

A Apple, mais uma vez, impõe o que o consumidor deve ter. E neste caso, sem se importar muito com as reais necessidades desse usuário no futuro. Se a visão da empresa é ‘viva o presente como se não houvesse o amanhã’, a tradução disso é ‘o presente é bem caro, e o futuro pode sair mais caro ainda’.

De novo: o problema não é o MacBook Pro com M3 receber 8 GB de RAM, mas sim a Apple chamar de ‘Pro’ um produto que não será Pro nos cenários mais complexos de presente e futuro, cobrando muito caro por isso…

…e achando que todo mundo vai aceitar a desculpa do “os 8 GB são os novos 16 GB… só confia…”.


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