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Está iniciada a (confusa) guerra dos relógios inteligentes

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Já era de se imaginar que essa moda dos relógios inteligentes não ia ser algo passageiro. Na verdade, era bem evidente que era uma tendência que os fabricantes queriam fazer dar certo, e pelo visto, vão conseguir. Por conta disso, já temos o início do “bombardeio” de novos produtos que querem uma fatia desse mercado. Todos os grandes fabricantes de tecnologia ou já lançaram um relógio, ou pretendem lançar um em algum momento, nem que seja em um futuro a médio prazo.

Porém, até o presente momento, estamos diante de um mercado que simplesmente não existe. Ainda.

Temos que levar em conta que, de um modo geral, a maioria de nós já levamos um relógio no pulso. Porém, esse relógio está restrito à tarefa de ver as horas, e nada mais. No máximo, programar um alarme e conferir o fuso horário. E o cronômetro, para as suas corridas matinais. Tá, bastante coisa. Mas é “só isso”.

Agora, de repente, a corrida de muitos fabricantes é pelo título de “qual será a primeira a colocar um smartwatch no mercado”. Primeiro, para que esse produto pioneiro seja a referência. Segundo, e o mais importante: quem chega antes conquista mais pessoas (ou fica de cara para o palco, em um concerto).

Em um mundo tecnológico onde as marcas se adiantam em muitas ocasiões mais até do que o que o usuário deseja e, de fato, criam necessidades que até então nós mesmos desconhecíamos, se faz necessária uma explicação mais didática sobre como as coisas funcionam. Na verdade, explicar como se o usuário tivesse cinco anos de idade o motivo pelo qual ele deve tirar o seu cartão de crédito da carteira para comprar aquele produto.

A Samsung teve uma certa pressa em demonstrar ao mundo que é uma fabricante pioneira em algum segmento de tecnologia. Eu diria que ela é mais avançado nos quesitos técnicos, mas se esqueceu de responder para algumas pessoas a pergunta mais preciosa que um cliente pode fazer…

“Afinal de contas, por que eu quero isso?”

Essa preciosa lição de marketing foi muito bem aprendida pela Google, com um produto muito mais arriscado que um relógio inteligente: o Google Glass.

Se você bem se lembra, a primeira coisa que a Google fez foi editar uma série de vídeos, onde era possível ver, a partir de um ponto de vista subjetivo, um grupo de usuários comuns utilizando o revolucionário produto em atividades cotidianas. O objetivo daqueles vídeos era muito claro: explicar, de forma didática para o consumidor, para que serve o produto. E fazer com que ele se encantasse com o próprio.

Em algo tão diferente e futurista como esses óculos, foi totalmente necessário ilustrar para o usuário a sua utilidade, para assim criar uma necessidade de compra que, para muitos, era praticamente zero, antes daquela demonstração. Os vídeos serviram para mostrar que sua utilidade não é tão absurda, e que o produto pode mesmo ser incorporado ao dia a dia de muita gente.

Quando se apresenta um novo produto, deixamos claro que é necessário que o possível comprador entenda o que ele oferece, mas também não podemos negar que um nicho de mercado, muito menos numeroso (obviamente), vai se interessar pelo produto por causa da novidade. O desejo de carregar um novo gadget, de hackeá-lo ou desenvolver aplicativos para uma nova plataforma é algo muito tentador para muitos, e esses são argumentos mais que suficientes para que alguns cidadãos passem pelo caixa sem pensar.

Porém, é a minoria.

Para a maioria, é necessário ver o produto pronto, disponível no mercado, e ter a certeza dos motivos pelos quais vale a pena a compra. Por incrível que pareça, até o Google Glass acaba tendo um problema, pensando nesse prisma: ele é um produto bem apresentado, mas ainda está inacabado e, pior, não está disponível para compra.

E agora, temos a Samsung reproduzindo (em partes) essa situação estranha: conta com um produto final (não vamos aqui considerar as suas configurações), mas que ainda não se explicou por completo a que veio para a grande massa de consumidores. É fácil pensar que “não precisa explicar: é um relógio inteligente! Qualquer burro sabe disso, e…”. Não! Você está errado! Além de explicar para quê serve, é preciso mostrar quais as necessidades comuns que o produto é capaz de cobrir. Quais os benefícios no dia a dia ele pode oferecer.

Só para finalizar: a Qualcomm mostrou o seu smartwatch, o Toq, que possui a tal tela Mirasol, que oferece uma autonomia de bateria monstruosa, além de permitir a recarga de bateria de modo sem fio. Só aí são duas coisas simples, que eles já mostraram quais são as vantagens que o consumidor vai receber em comprar esse modelo.

Fica o ponto de reflexão (para a Samsung também).


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@oEduardoMoreira