A decisão mais polêmica da Netflix até o momento finalmente chegou este ano: o impedimento do compartilhamento de contas. Até porque fica claro que “o amor acabou” por parte da plataforma de streaming.
Essa medida tem gerado intensa discussão entre os usuários e levantado questionamentos sobre a eficácia de sua implementação. Você não é obrigado a ter apenas uma casa, e a Netflix não pode determinar onde você pode ou não assistir aos seus conteúdos, uma vez que ela divulga o serviço como “assista onde quiser”.
Recentemente, vivi essa experiência, o que me permitiu entender os desafios enfrentados pela plataforma de streaming em sua empreitada. Neste artigo, irei compartilhar minha história, abordando as dificuldades encontradas pela Netflix ao tentar restringir o uso compartilhado de contas.
Uma decisão controversa
A Netflix decidiu proibir o compartilhamento de contas, desencadeando um debate acalorado entre os usuários. Essa mudança representa uma quebra de paradigma na forma como as pessoas desfrutam do serviço de streaming.
Apesar da proibição, a Netflix permite o compartilhamento de contas mediante o pagamento de perfis extras. Essa nova política desencadeou uma onda de insatisfação entre os assinantes, resultando em alguns cancelamentos dos mais descontentes em ter que pagar a mais para poder compartilhar o acesso com outras pessoas que não vivem na mesma residência.
O desafio das IP dinâmicas
A Netflix busca impedir o uso compartilhado de contas estabelecendo um “lar principal” com base no endereço IP e no identificador do dispositivo. No entanto, em um país como o Brasil, onde as IP dinâmicas são comuns, essa tarefa pode ser extremamente complexa.
Com as IP dinâmicas, a Netflix enfrenta dificuldades em rastrear a localização real dos usuários. Muitos relatos de contas sendo usadas em cidades distantes do local de residência foram registrados, gerando um caos para a plataforma.
Minha experiência pessoal
Como usuário assíduo da Netflix, compartilhei minha conta por muitos anos sem problemas. No entanto, com o anúncio da restrição do compartilhamento, decidi testar os perfis extras oferecidos, mas posteriormente retornei ao compartilhamento tradicional.
Recentemente, ao tentar acessar a conta, fui surpreendido com uma mensagem de advertência indicando que meu dispositivo não estava vinculado ao “lar principal” da Netflix.
Resumindo: fui pego pela restrição.
O truque que não funcionou
Buscando contornar a medida, tentei utilizar um método que anteriormente era eficaz. Consistia em reproduzir conteúdo com meu perfil no dispositivo do proprietário da conta.
No entanto, dessa vez, não obtive sucesso.
Embora não possa provar, acredito que a Netflix esteja identificando o uso fora do “lar principal”, por meio do identificador do dispositivo. Isso levanta questionamentos sobre a eficácia desse método, considerando a possibilidade de adicionar novos dispositivos ou realizar a mudança de endereço ou da casa principal cadastrada.
A alternativa temporária
Para manter o acesso à conta, adotei a opção oferecida pela Netflix de permitir o acesso por duas semanas fora do “lar principal” através de um código SMS enviado ao proprietário da conta.
O que é bizarro é que mesmo com a existência das novas normas, muitos usuários continuam compartilhando contas sem enfrentar restrições. Isso evidencia os desafios significativos que a Netflix enfrenta ao tentar implementar essa medida em larga escala.
Conclusão
A Netflix agora tem um enorme abacaxi para descascar se quer estabelecer o fim do compartilhamento de contas. E isso, porque eu mesmo não coloquei muita ênfase na tentativa de burlar o bloqueio desse compartilhamento de senhas.
Localizar a casa principal é algo bem mais complexo do que parece com essa enorme quantidade de IP dinâmica, e é interessante ficar de olho para ver como que a plataforma de streaming vai lidar com essa questão.