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EUA estão derrotando os asiáticos no mercado tech

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A competição entre as gigantes americanas e os fabricantes asiáticos dentro do segmento de tecnologia está acirrada. Marcas emblemáticas como Apple e HP estão resistindo com firmeza à turbulência do mercado, enquanto seus pares asiáticos, como Samsung, Xiaomi e Lenovo, enfrentam quedas significativas em suas vendas.

O que está por trás desse fenômeno e o que o futuro reserva para essas empresas?

Neste artigo, faremos uma reflexão sobre o cenário de momento nas vendas, mostrando detalhes que podem explicar o momento presente, e realizando um exercício de futurologia sobre como pode ser o futuro do setor.

 

Uma fotografia do presente

 

O mercado de dispositivos tecnológicos como smartphones e PCs está enfrentando um período de desaceleração em 2023. Em meio a esse movimento decrescente, as marcas americanas estão se destacando. Apple e HP, líderes no segmento de PCs, apresentam resultados que, embora não sejam estrondosos, superam a média do mercado e, principalmente, deixam seus concorrentes asiáticos para trás.

As vendas globais de PCs despencaram 13,4% no segundo trimestre deste ano, conforme apontam os dados da IDC. Marcas chinesas como Lenovo e Acer estão sentindo mais o impacto, com quedas de mais de 18% e 19,2%, respectivamente.

No entanto, as marcas americanas têm uma presença notável. A Apple, classificada em quarto lugar no segmento, não apenas se mantém, mas cresce 10% ano após ano, enquanto a HP ocupa a segunda posição e seguindo de perto a Lenovo, com uma queda inferior a 1%, demonstrando um desempenho muito superior à média do mercado.

A tendência é semelhante no mercado de smartphones, que registra seu sexto trimestre consecutivo de declínio nas vendas, apesar do crescimento dos modelos premium, como são os smartphones top de linha e dobráveis. De acordo com os dados da Canalys, no primeiro semestre de 2023, as vendas de smartphones caíram 11,8%, totalizando 528 milhões de unidades vendidas em todo o mundo.

Neste cenário, a Apple se destaca novamente, ocupando uma posição de liderança entre as quatro principais marcas. Com a venda de 101 milhões de unidades no primeiro semestre, a Apple sofreu uma queda de apenas 4,7% em relação ao ano anterior, mantendo-se no topo. A resistência das marcas americanas é notável, contrastando com as quedas acentuadas das marcas asiáticas, como Xiaomi e Samsung, que registraram quedas de 19,2% e 16,4%, respectivamente.

 

As exceções e os contrastes

Existem algumas exceções notáveis a essa tendência.

A chinesa OPPO, classificada em quarto lugar no mercado global de smartphones, vendeu 51,8 milhões de unidades no primeiro semestre, com uma queda de apenas 8% em relação ao ano anterior, superando a média do setor. Além disso, o conglomerado chinês Transsion, fabricante das marcas Tecno, Infinix e iTel, registrou um impressionante crescimento de 22% ano após ano no segundo trimestre.

Lembrando que a Infinix é uma das marcas que está no mercado brasileiro, em parceria com a Positivo Tecnologia.

Mas o que está por trás dessa notável diferença de desempenho entre as marcas americanas e as asiáticas?

Os especialistas apontam diversas razões que explicam a resiliência da tecnologia americana no mercado global.

Em primeiro lugar, o ecossistema de produtos desempenha um papel crucial nessa equação. Marcas como a Apple competem em várias categorias de produtos, desde smartphones até laptops, tablets, fones de ouvido, smartwatches e Smart TVs. Isso cria uma base de usuários leais e estende a confiança dos consumidores a várias áreas da tecnologia de consumo.

Outro fator importante é a recuperação da indústria após a pandemia de COVID-19. A China, um importante centro de fabricação de dispositivos, enfrentou problemas na produção até o final do ano passado, afetando particularmente a Apple. O aumento na produção no segundo trimestre de 2023 reflete a demanda acumulada do ano anterior.

Além disso, as marcas americanas tiveram tempo para ajustar seus estoques e se adaptar ao mercado em baixa dos últimos 18 meses, que surpreendeu muitos após o auge das vendas em 2021, ainda durante a pandemia. A HP, por exemplo, conseguiu administrar seu excesso de estoque previamente, evitando problemas similares enfrentados por outras empresas.

Por fim, um aspecto importante a ser destacado é a tendência atual de que dispositivos de alta qualidade resistem melhor à desaceleração de vendas do que seus equivalentes de linhas média e baixa. Isso é evidenciado pelo desempenho excepcional das marcas americanas, que são percebidas como mais duráveis e confiáveis pelos consumidores em todo o mundo.


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@oEduardoMoreira