Eu sou um ser em constante transformação. Eu só não consigo transformar o meu corpo, porque… convenhamos… depois dos 40, essa é uma missão impossível. Ou você fez isso antes na sua vida, ou aceita que você é um cosplay de barril ou, no meu caso em específico, uma almôndega gigante.
E eu sei que essa é uma piada horrível, mas quero ser um cara preto que ri de mim mesmo antes que os imbecis façam piadas racistas sobre a minha pessoa.
De qualquer forma, eu estou aprendendo com outros youtubers em como modernizar a minha linguagem na internet sem apelar para uma banheira de Nutella. E estou me divertindo com isso.
E estou me divertindo tanto, que vou compartilhar essa linguagem mais casual com vocês. Tanto no blog, como no meu canal de vídeos.
Três meses de experimentos
Ao longo do primeiro trimestre de 2023, o tempo livre por causa da folga dos corais combinado com o desespero pela redução dos ganhos financeiros do blog me motivaram a reativar os meus canais de vídeos no YouTube. Por um lado, foi muito bom voltar para uma plataforma audiovisual e compartilhar as minhas bobagens com o mundo. Por outro lado, foi uma surpresa constatar que tudo virou um grande TikTok, e que está cada vez mais difícil manter as pessoas em um vídeo de 10 minutos.
Eu confesso que estou resistindo à tentação de transformar esse canal pessoal em um canal de Shorts. Tudo bem, é claro que eu vou jogar as regras do jogo e publicar vídeos curtos no YouTube, no Instagram e no TikTok.
Porém, eu me recuso a acreditar que é possível transmitir uma informação de qualidade em apenas 60 segundos, ou que um adolescente pode absorver algum tipo de conteúdo útil em qualquer coisa que leva menos tempo que cozinhar um Miojo.
Sabe… isso não faz muito sentido para mim. Talvez porque eu seja considerado um idoso para a chamada “geração Z”. Ou porque eu ainda tenho um QI acima de 90 funcionando para compreender claramente que modas são passageiras. E quando a moda dos vídeos curtos passar, todos vão voltar para os conteúdos longos.
Ou melhor, já estão. As lives bombam no YouTube, e muitos conseguem ficar mais de uma hora ouvindo uma conversa transmitida ao vivo pela internet. Chamam isso de “podcast”. Vejam vocês.
Podcast para mim é outra coisa. Veja bem, você precisa gravar um áudio, editar, trilhar, mandar para o feed RSS nos agregadores, criar um post no seu blog e compartilhar o link do post nas redes sociais para AÍ SIM chamar esse conteúdo de podcast!
E eu mais uma vez encarnei o Eddie Silva, que está lá, em Pittsburgh, cuidando da vida dele…
De qualquer forma, durante 90 dias, pude observar com calma o que funcionava ou não nos meus canais. Também pude analisar os formatos que outros produtores de conteúdo utilizavam para conversar com a audiência.
E concluí que me faltava mesmo a tal casualidade e empatia para me comunicar pela internet.
Eu estava travado. Tímido. Com medo. Tal e como a sua avó aos 18 anos antes de encarar a primeira noite com o seu avô após o casamento. Acredite, ela não tem boas recordações dessa primeira noite.
Depois de observar outros youtubers e entender os mecanismos de comunicação adotados por esses produtores de conteúdo de sucesso, entendi que tudo o que se aprende na faculdade de jornalismo não serve para muita coisa na internet. A linguagem formal é inútil, os termos rebuscados só servem para te deixar pedante diante do público, e o mundo perfeito pede mesmo que você seja tão soltinho quanto a sua avó, que agora dá em cima de mim para me levar para a cama.
E é claro que eu vou aceitar as cantadas dessa senhora gostosa!
E aqui, o resultado desses estudos
Eu bem sei que vou ter que perder pelo menos uns 30 a 45 minutos da minha rotina diária para escrever um roteiro para um vídeo com pelo menos 8 minutos para o YouTube. Em compensação, eu também sei que agora tenho ao menos um artigo escrito do jeito que eu gosto, com a linguagem que me agrada e com pelo menos 1.000 palavras, o que é ótimo para a indexação do Google.
Por isso, vou otimizar esse tempo para deixar conteúdos relevantes nos blogs, pois são eles que ainda pagam a existência dos meus canais de vídeos. Em paralelo a isso, manter a produção de conteúdo no YouTube intacta, com cinco vídeos semanais no TargetHD.net, e três vídeos semanais no meu canal pessoal de vídeos.
Sei que você queria mais da minha voz de Anderson Silva para pensar em mim durante as suas noites solitárias de prazer e luxúria, mas isso não vai rolar. Eu tenho muito o que fazer na minha vida offline, com por exemplo participar de quatro grupos de canto coral em Florianópolis que ocupam muito do meu tempo, tentar acabar com o racismo e o nazismo na Ilha da Magia e, quando sobra algumas horas durante o dia ou a noite, fazer sexo com as tais vovós soltinhas e desinibidas que mencionei como exemplo metafórico sobre como deve ser o meu comportamento na produção de conteúdo daqui para frente.
Ou seja, prometo dar o meu melhor, com o tempo que tenho, e com os recursos que estão disponíveis.
Antes que o meu dinheiro acabe. Ou antes que o meu agiota venha quebrar os meus braços e mãos. O que acontecer primeiro.
O que posso dizer é que vou me divertir muito nessa minha viagem de drogado turbinada ao Sucrilhos sem açúcar, Coca-Cola Zero e playlists do Engenheiros do Hawaii no looping.
Se a Lizzo pode fazer músicas positivas e animadas como parte de sua terapia para levantar a autoestima e estimular a autoaceitação, eu também posso transformar o meu conteúdo na internet em uma maneira eficaz de me divertir, me medicar e me salvar. Eu realmente preciso de saúde mental para seguir aguentando a estúpida rivalidade entre os torcedores do Avaí e do Figueirense, a vitimização de algumas pessoas e a leniência de outros tantos.
E neste aspecto, a mesma internet que alguns acusam de ser a grande culpada dos males do mundo será um dos meus comprimidos de salvação para não virar um sociopata por completo.
E eu disse por completo, pois quem me conhece já sabe que sou um potencial sociopata em partes.
Calma. Estou brincando. São só as vozes na minha cabeça que me mandaram dizer isso para você, que chegou intacto até o final desse conteúdo.