Silverstone até me deixou sonhar por cinco voltas. Mas…
Max Verstappen foi (mais uma vez) o inimigo do entretenimento ao vencer o GP da Inglaterra de Fórmula 1 em 2023, mas isso não significa que a diversão não tenha acontecido em Silverstone.
Se todo mundo fingir que o holandês da Red Bull não existe, encontramos uma corrida interessante em uma temporada de 2023 que será lembrada no futuro como uma disputa acirrada pelo segundo lugar do campeonato.
Eu gostaria de escrever este texto inteiro abordando a impressionante evolução da McLaren, mas devo ir um pouco além disso, felizmente.
Lando Norris, faz um filho em mim!
É claro que estou exagerando. Se eu tiver que engravidar de um piloto de Fórmula 1, que seja do Lewis Hamilton mesmo.
Falando sério: Lando Norris foi o herói do dia em Silverstone. Ele segurou Verstappen nas primeiras cinco voltas e, em seguida, conquistou sua própria vitória em uma performance impecável para terminar a corrida na segunda posição.
Além disso, superou seu ídolo Lewis Hamilton, consolidando a disputa que, neste momento, envolve as duas equipes que apresentaram a maior evolução técnica até agora na temporada de 2023 da Fórmula 1: McLaren e Mercedes.
A evolução da equipe de Zak Brown já havia sido percebida na corrida anterior, no GP do Canadá. Porém, desta vez, Oscar Piastri recebeu as mesmas atualizações entregues a Norris e apresentou um desempenho que faz jus ao seu histórico de piloto campeão nas categorias de base.
O resultado da McLaren foi impressionante. O salto de qualidade é perceptível e, para uma equipe que estava enfrentando dificuldades no início da temporada, é correto afirmar que a recuperação é brilhante.
A McLaren conseguiu superar até mesmo a Mercedes, que também demonstrou clara melhora técnica. A diferença foi tão grande que, mesmo com Norris utilizando pneus duros no final da corrida, Hamilton não foi capaz de ultrapassá-lo com os pneus macios.
E se a McLaren melhorou…
Ferrari: mais do mesmo. Aston Martin: em retrocesso
A Ferrari até tentou entregar uma boa performance em Silverstone, mas voltou a cometer erros na estratégia de pneus de seus pilotos, comprometendo as corridas de LeClerc e Sainz.
No entanto, considerando tudo o que foi mostrado em pista, não era de se esperar que a equipe vermelha conseguisse ir muito além do nono e décimo lugares, respectivamente. Para LeClerc, a disputa pelo vice-campeonato começa a se distanciar cada vez mais, e a situação de Sainz se torna ainda mais complicada dentro da equipe. Sinto que o espanhol carrega o peso do mundo nas costas e na cabeça, pois a pressão por obter bons resultados aumenta a cada corrida.
Quanto à Aston Martin, por mais que Alonso tente demonstrar otimismo em relação a uma melhora do carro na etapa da Hungria, a impressão que fica é que a evolução da equipe estagnou em um primeiro momento e agora começa um processo de retrocesso. McLaren e Mercedes melhoraram, e a equipe de Lawrence Stroll ficou para trás.
Aliás, Lance Stroll teve uma corrida desastrosa, com saídas de pista e contatos agressivos com os adversários. A punição de 5 segundos poderia ter sido aplicada mais cedo, se os comissários da prova não fossem tão omissos e contraditórios.
Uma equipe que chegou em 2023 disposta a desafiar a Red Bull pelo título agora se encontra, na metade da temporada, como a grande decepção do campeonato até agora.
E falando em decepção…
Perez precisa urgentemente de um psicólogo
Sérgio Perez até se recuperou, largando em 15º lugar e terminando a prova em sexto. No entanto, é inevitável pensar que o mexicano pilota o mesmo carro daquele cara que, em um universo alternativo, poderia ficar de fora de até três corridas e mesmo assim se sagraria campeão do mundo.
Não é possível que Perez não consiga extrair mais do carro. Não é possível que ele não consiga passar por um treino classificatório sem enfrentar algum tipo de problema ou cometer algum erro crasso que resulte em sua eliminação no Q1.
Eu sinceramente acredito que Sérgio Perez precisa urgentemente de um psicólogo. Ele passou de principal concorrente de Max Verstappen ao título do campeonato de 2023 da Fórmula 1 para um futuro desempregado, pois é certo que a Red Bull já está pensando em sua substituição. E desta vez, não será uma troca pelo Nyck de Vries, que provavelmente enfrentará o mesmo destino do mexicano por motivos semelhantes.
O único piloto que poderia nos proporcionar entretenimento constante no campeonato deste ano está mostrando claramente que não tem mais condições psicológicas para reagir. Ele será massacrado por um Verstappen que abriu uma vantagem de 99 pontos no campeonato.
Isso é uma humilhação sem precedentes na história da Fórmula 1 moderna.
E o que mais aconteceu?
Não posso encerrar este registro sem dar meus sinceros parabéns a Alexander Albon e à Williams.
Foi muito divertido ver a equipe inglesa novamente competindo na frente, e o piloto tailandês mostrou mais uma vez seu valor na Fórmula 1. E fico curioso para saber qual foi a pomada cicatrizante que ele utilizou nos últimos anos para se recuperar do impacto causado pela Red Bull.
O GP da Inglaterra de Fórmula 1 em 2023 foi uma corrida interessante. Poderia ter entregado mais do que prometeu, mas não foi um tédio absoluto. Bem, flertou com a monotonia na primeira metade, mas se recuperou bem na parte final, principalmente depois da entrada do Safety Car. Com certeza entra para a lista das melhores do campeonato.
A próxima etapa do campeonato é o GP da Hungria, em 23 de julho. Tecnicamente, não marca o fim da primeira metade do Mundial de Fórmula 1, pois essa missão cabe ao GP da Bélgica, que acontecerá em 30 de julho.
Até lá, ficaremos em modo de espera.
Será que a McLaren pode surpreender ainda mais? Será que a Mercedes contra-atacará? A Aston Martin conseguirá se recuperar? E a Ferrari? Voltou ao seu lugar comum?
E, o mais importante: podemos contar com uma indisposição intestinal do Sr. Max Verstappen para ter uma corrida divertida em Hungaroring?