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Microsoft, e o fracasso colossal do Surface Duo, o feio smartphone com duas telas

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Parece que a Microsoft não entendeu direito o conceito do “saber a hora de parar” quando se trata do mercado de smartphones.

A gigante de Redmond tentou novamente ter uma participação no mercado mobile com o Surface Duo, um smartphone de tela dupla gerenciado pelo sistema operacional Android, após o fracasso do Windows Phone. E a existência desse artigo em si é a prova de que a empresa falhou miseravelmente.

O dispositivo foi promovido como favorecedor da criatividade ao permitir a execução de dois aplicativos simultaneamente, mas essa funcionalidade não atraiu muitos usuários. Até porque o Surface Duo mais parecia um protótipo do que um produto final.

E aqui, a Microsoft nem se preocupou em olhar para os lados: se a Samsung penou alguns anos para fazer o Galaxy Z Fold vingar no mercado, por que diabos acreditou que um telefone com tela dupla e design feio que dói poderia dar certo?

 

Um protótipo metido a besta em um mercado de nicho

Quando o Surface Duo chegou ao mundo, o mercado de smartphones dobráveis era um nicho pequeno. E até hoje representa um volume residual nas vendas do setor, com apenas 1% de todos os smartphones comercializados globalmente, de acordo com a IDC.

Ou seja, já era difícil dar certo, pois precisava convencer o coletivo sobre a validade do design. Algo que a Samsung e todos os demais fabricantes de smartphones com telas dobráveis estavam enfrentando.

Aí vem a Microsoft, e apresenta ao mundo um protótipo metido a besta.

O Surface Duo não era um dispositivo dobrável “puro”. Era um smartphone com duas telas e uma dobradiça no meio, deixando o dispositivo esquisito (pra não chamar de feio, pois esse é um termo muito forte).

O dispositivo também enfrentou críticas por problemas de software e câmeras medianas, mostrando que a Microsoft não se preocupou muito na finalização do conceito. Nem mesmo o Google, que é a “empresa beta” por excelência, fez um trabalho tão desleixado.

Resultado: surpresa zero ao constatar o fracasso do Surface Duo no mercado.

 

Síndrome da morte berrada aos quatro ventos

Qualquer pessoa que tem um QI acima de 90 e entende um pouquinho do mercado de telefonia móvel sabia que o Microsoft Surface Duo (em formato smartphone) estava fadado ao fracasso.

E não deu outra: o Surface Duo foi descontinuado após apenas três anos de vida, perdendo o suporte oficial por parte da Microsoft. Até a Motorola, especializada em abandonar os seus usuários no suporte de atualizações, poderia fazer um trabalho melhor neste aspecto.

Antes de matar o seu feio monstrinho, a Microsoft aplicou descontos significativos no preço sugerido do Surface Duo para tentar impulsionar as vendas, mas não teve muito sucesso.

Aliás, a história da tecnologia de consumo mostra de forma muito clara que tal estratégia não cola mais com o consumidor. Se um produto é mal concebido, ele está destinado ao fracasso nas vendas.

Não é mesmo, SEGA Dreamcast? Ou… melhor ainda: não é mesmo, Microsoft Zune?

A Microsoft até tentou se redimir com o seu conceito de telefone dobrável ao lançar o Surface Duo 2. O modelo entregou melhorias nas câmeras e nas telas, mas chegou ao mundo com o seu filme mais do que queimado por causa do seu predecessor.

O tempo passou, e depois de tantos lançamentos de smartphones com telas flexíveis, o conceito de dispositivo com duas telas se provou não ser significativamente melhor do que os dispositivos com uma única tela.

E nem tinha como ser diferente: nem mesmo o argumento de produtividade que a Microsoft tentou empurrar goela abaixo justificava a validade do Surface Duo, principalmente diante do seu preço elevado e características técnicas inferiores quando comparado com a concorrência.

É claro que o fracasso do Surface Duo não levou a Microsoft à falência. Estamos falando de uma empresa que tem dinheiro infinito, que pode comprar a Bethesda, a Activision Blizzard e boa parte do mundo civilizado.

Aliás, Satya Nadella faz um ótimo trabalho em deixar Bill Gates e os demais acionistas da Microsoft ainda mais bilionários.

Porém, considerando justamente todo esse potencial financeiro que a gigante de Redmond possui, falhar em um produto como o Surface Duo é mais uma prova cabal de que não adianta ter muito dinheiro neste mundo se você não sabe o que fazer com essa grana.

Acredito que a Microsoft não vai tentar de novo com os smartphones dobráveis, mesmo com toda a tentação ao seu redor (Samsung, Motorola, Google, Xiaomi, etc). Mas torço, de verdade, para que ao menos acerte na próxima tentativa.

Seria péssimo para ela ser alvo de mais uma saraivada de críticas por queimar dinheiro com ideias fracas e pouco inovadoras. E é muito injusto ver uma galera no setor de I+D ganhando muito dinheiro para não mostrar um serviço decente.

Abre o olho, Nadella! Tem gente queimando o seu dinheiro e você não está se dando conta disso!


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@oEduardoMoreira