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Que fim levou Steve Ballmer?

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Se você não sabe quem é Steve Ballmer, você não viveu o mundo da tecnologia e da informática de forma adequada. Ou é novo demais para discutir esse tema comigo ou com quem quer que seja.

Mesmo não deixando muitas saudades entre os usuários, executivos e, principalmente, os desenvolvedores de produtos da Microsoft, Steve Ballmer e o protagonista de alguns momentos importantes e polêmicos do mundo da tecnologia.

Faz algum tempo que Ballmer não dá as caras, de modo que é relevante nesse momento dar uma de Milton Neves e mandar um “que fim levou” para essa icônica e problemática personalidade do mundo da tecnologia.

 

Developers, developers, developers…

Steve Ballmer, uma das figuras mais controversas da Microsoft, assumiu a liderança da empresa em meio a anos turbulentos, sucedendo o icônico Bill Gates. Esse movimento não foi visto com bons olhos na época, já que muitos duvidavam se ele era a melhor pessoa para substituir um perfil muito mais centrado como era o de Gates.

E o tempo mostrou que os mais céticos tinham motivos para desconfiar.

Sua saída abrupta em 2014, justificada por sua suposta falta de tempo, aconteceu em um momento crítico para a gigante de Redmond. Ballmer deixou sua marca como CEO, mas também se envolveu em projetos paralelos, como a aquisição do time de basquete LA Clippers, o que explicaria o tempo escasso para a Microsoft e, de alguma forma, a morte da Nokia pelas suas mãos.

Mas nem tudo na história de Ballmer se resume às polêmicas ou empresas que ele matou só para que a Microsoft ficasse com as patentes. Ele tem pelo menos uma importante contribuição para o mundo da informática moderna, já que é conhecido por ser o criador da combinação de teclas “Ctrl+Alt+Del”, que reinicia o computador em caso de falhas graves.

 

Desafios e fracassos

Ballmer teve um papel crucial nos negócios da Microsoft, como o sucesso do Windows Server e do SQL Server. E por Gates acreditar que parte do futuro da empresa passava pelos servidores informáticos, fez os seus esforços para promover o seu nome para o posto de CEO.

No entanto, sua gestão também enfrentou desafios significativos. Produtos como o Windows 8 RT e o Surface RT não conseguiram atingir o sucesso esperado, resultando em grandes perdas financeiras para a empresa.

Na verdade, eu estou sendo muito gentil quando falo do Windows 8. Ele foi um dos maiores fracassos comerciais da história da Microsoft, em uma proposta que poderia ser bem-intencionada, mas foi mal explicada e implementada pela gigante de Redmond. E o resultado

Esses fracassos contribuíram para a controvérsia em torno de Ballmer, afetando sua reputação como líder e acelerando a sua saída do comando da Microsoft. Sem falar no seu comportamento que, sinceramente, não só contrastava com a sobriedade de Bill Gates, como extrapolava o bom senso em alguns cenários específicos.

 

Apresentações excêntricas e legado questionável

Além dos projetos fracassados, Ballmer ficou conhecido por suas apresentações extravagantes e, por vezes, bizarras.

Suas performances de dança causavam o genuíno sentimento de vergonha alheia para quem assistia aquele senhor performando sem qualquer senso de ridículo. E a fala “Developers, Developers, Developers…” que eu já mencionei neste artigo é (acredite, se quiser) uma das coisas menos constrangedoras que Ballmer fez durante uma apresentação da Microsoft durante a sua gestão.

Sem falar no memorável momento em que cantou “The Time of My Life” (em playback) em seu último discurso como CEO da Microsoft. Só isso já era motivo suficiente para ninguém sentir falta de Ballmer no comando da empresa.

Esses episódios bisonhos apenas intensificaram a polêmica em torno de sua figura, levantando questionamentos sobre sua adequação ao cargo de liderança.

E a marca que Ballmer deixou com o seu comportamento não necessariamente está associada à competência, comprometimento e credibilidade.

 

USAFacts: Transparência governamental e investimento pessoal

Apesar das críticas, Ballmer também teve seus momentos positivos, por incrível que pareça.

Ele criou o projeto USAFacts, que foi um esforço para tornar o governo dos Estados Unidos mais transparente em relação aos gastos. Uma missão considerada mais do que ousada, mas muito nobre quando olhamos para o contexto social da época (e para o nosso universo da informação no presente).

Investindo mais de 10 milhões de dólares nesse empreendimento, Ballmer estabeleceu uma gigantesca base de dados que permitia o acesso a uma variedade de informações econômicas relacionadas à estrutura governamental do país. É como se ele criasse uma espécie de Portal da Transparência (que existe no governo brasileiro) via iniciativa privada, apenas para que o governo norte-americano revelasse de forma mais clara quais são os gastos e investimentos realizados.

 

Ascensão na lista dos mais ricos

Mesmo com todas as controvérsias e dos desafios enfrentados, a fortuna de Steve Ballmer não parou de crescer, mesmo depois de deixar a Microsoft.

Em 2021, aos 65 anos, ele superou a marca dos 100 bilhões de dólares de patrimônio, colocando-o como a nona pessoa mais rica do mundo. Esse aumento foi impulsionado pelo aumento do valor das ações tecnológicas. E isso não é pouca coisa, principalmente quando olhamos para o fato de que ele foi a pessoa que substituiu ninguém menos que Bill Gates na Microsoft.

No entanto, revelações recentes apontam que muitos dos ultrarricos, incluindo Ballmer, pagavam proporções menores de impostos em comparação com indivíduos de renda mais baixa, gerando preocupações sobre a desigualdade financeira.

É o tal negócio… acontece nos Estados Unidos a mesma coisa que acontece por aqui: os mais ricos sonegam ou pagam poucos impostos, e os mais pobres que se ralem para pagar em dia as suas obrigações tributárias.

 

Conclusão

Mesmo sendo uma figura polarizada entre os entusiastas de tecnologia, é indiscutível que Steve Jobs deixou uma marca indelével na Microsoft, para o bem e para o mal.

Seus sucessos e fracassos, bizarrices nas apresentações, o USAFacts e seu patrimônio em plena ascensão anos depois de sair da Microsoft são provas claras de que Ballmer tem sim um legado no mundo da tecnologia.

Sim, eu sei… é um legado cheio de controvérsias, mas também repleto de conquistas e enorme influência na indústria da tecnologia e na história da informática. Ballmer até pode ser tema de debates diversos entre os especialistas, mas é consenso quando falamos de alguém que soube prosperar no mundo dos negócios.


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@oEduardoMoreira