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Ver filmes no smartphone na orientação vertical pode ser algo menos absurdo do que parece

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Fato: filmes são geralmente exibidos no formato horizontal, e nos acostumamos com isso com o passar do tempo. E a discussão entre seguir assistindo aos longas neste formato ou abraçar a verticalidade das telas dos smartphones é algo parecido entre comer pizza com ou sem ketchup.

Se bem que… quem come pizza com ketchup está próximo da psicopatia.

Não dá para ignorar TikTok, Reels do Instagram e Shorts do YouTube, que são fontes populares de entretenimento mobile, e que são essas plataformas que ajudaram a popularizar o formato vertical para a visualização de filmes. E alguns estúdios começam a explorar a sério essa alternativa.

 

Voltando ao formato 4:3

Se você não reparou, uma mudança bem discreta está acontecendo na produção de conteúdo na internet. Já que todo mundo está assistindo vídeos na vertical, algumas produções estão se adaptando para essa preferência dos internautas.

Por causa disso, aumentou consideravelmente o volume de vídeos em formato 4:3, que é bem mais fácil de ser adaptado para as orientações vertical e horizontal do que o formato 16:9 estabelecido para os vídeos em HD e FullHD. E em alguns casos, o filme ou seriado até se beneficia disso.

Um dos melhores exemplos disponíveis é o filme “A Liga da Justiça de Zack Snyder”. Ele foi lançado no formato 4:3, o que causou surpresa em muita gente, mas que pode ser considerado um ato visionário do controverso diretor, de alguma forma.

A adaptação do filme para o formato 4:3 não resultou em perda significativa de informação, e a maior parte do que deveria ser captado pelas câmeras está visível, permitindo que o usuário receba as principais informações da ação.

Dessa forma, a experiência de visualização de conteúdo não é afetada, com a vantagem de uma maior facilidade de adaptação das imagens no formato 4:3 para os smartphones. É fácil para os estúdios, e mais fácil ainda para o usuário, que não precisa girar o telefone para ver o vídeo em questão.

Sem falar que essa comodidade se reflete inclusive na forma como seguramos o smartphone. É muito mais confortável o agarre na vertical do que na horizontal.

 

Muitos já assistem filmes no smartphone

O consumo de conteúdo em formato mobile está em plena ascensão, e quem está por dentro do mundo da tecnologia sabe muito bem disso porque, afinal de contas, são os usuários que estão determinando essa mudança de comportamento.

Por outro lado, plataformas como TikTok e YouTube Shorts ainda mostram cenas de filmes de maneira não otimizada, e isso ainda é um obstáculo para a adoção da proposta em ver filmes apenas no formato da vertical. Neste sentido, os envolvidos no assunto estão buscando soluções para facilitar essa transição de formato.

Uma das ideias mais óbvias para solucionar a questão (e que já é explorada de forma mais ampla) é o uso da Inteligência Artificial para adaptar as cenas para o formato vertical. Já existem alguns softwares que são capazes de fazer isso neste exato momento, mostrando que a tecnologia está evoluindo para este sentido.

Outra proposta a ser considerada é a adição de elementos acima e abaixo da imagem original, com as famosas barras pretas duplas que muitos simplesmente detestam. Mas é uma solução viável, principalmente considerando as plataformas mobile mais populares no consumo de conteúdo de vídeo.

Porém, muito se discute sobre a iniciativa de criar obras com formatos específicos para aproveitar diferentes cortes. Muitos usuários de tecnologia não se lembram disso, mas a Quibi, plataforma especializada em produções pensadas exclusivamente no formato vertical, falhou miseravelmente. E isso pode indicar que a grande massa ainda não está acostumada a consumir vídeos neste formato.

De qualquer forma, não dá para ignorar que as diferentes plataformas vão explorar os vídeos na vertical como uma alternativa para a produção de conteúdo em vídeo. Principalmente considerando a tendência de futuro e o potencial lucrativo da proposta.

Se YouTube, Meta e TikTok trabalharem direito neste sentido, o potencial de reinvenção no consumo de conteúdo de vídeo a partir de um smartphone pode ser enorme. Sem falar nos gigantes de entretenimento que estão investindo muito dinheiro nesse formato, e a gente nem sabe disso.


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@oEduardoMoreira