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O futuro da San Diego Comic-Con pode marcar o fim de vez dos eventos presenciais

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O mundo do entretenimento passa por um momento delicado. A recente notícia do cancelamento da E3, um evento chave para a divulgação de novidades no mundo dos videogames, é apenas um dos sinais que apontam para o fim iminente de uma forma tradicional de se relacionar com o público.

Agora, a mesma crise afeta a lendária Comic-Con de San Diego, feira que tem foco principal na divulgação de séries e filmes que vão chegar ao grande público consumidor nos próximos meses. O esvaziamento do evento é mais uma prova de que as grandes feiras de entretenimento podem estar com os dias contados.

Hollywood precisa se reinventar. Fato. Mas… será que consegue?

 

O último a sair que apague a luz

A Comic-Con, conhecida por atrair multidões de fãs que ficam ovulando por novidades do universo pop, receberá um golpe significativo neste ano. Marvel, Netflix, HBO, Sony e Universal anunciaram que não participarão do evento, nem mobilizarão seus astros ou lançarão trailers para promover suas mais recentes produções.

As razões por trás dessa decisão em massa são diversas, mas a greve de roteiristas em Hollywood é uma das principais. Afinal, qual o sentido de apresentar um evento se não há ninguém para escrevê-lo? Além disso, a possibilidade de uma greve de atores transformaria os tão aguardados painéis em meras apresentações de trailers.

E… convenhamos… trailers podem ser apresentados pela internet, no YouTube, e gastando muito menos.

É importante ressaltar que a Comic-Con de San Diego não se limita apenas aos painéis de celebridades divulgando seus filmes. Na verdade, esses painéis são considerados como uma pequena parte do evento pelos seus participantes.

Com um público estimado em 167.000 pessoas, apenas 6.500 sortudos conseguem adentrar o Hall H, local onde as principais novidades são apresentadas. A grande maioria dos participantes aproveita a Comic-Con de outras formas, seja participando de outros eventos, jogando, fazendo compras ou desfrutando das atividades paralelas conhecidas como “off-sites”.

Agora, pense em todo o dinheiro que os organizadores da Comic-Com vão deixar de ganhar com esse esvaziamento de atrações, e não é difícil concluir que o cenário é muito mais sério do que pode parecer.

 

Hollywood precisa se reinventar

Diante dessa nova realidade, tanto a Comic-Con quanto a indústria cinematográfica precisam se reinventar.

A Netflix, por exemplo, já indicou o caminho a seguir com seu próprio evento chamado Tudum, que se assemelha ao formato do Nintendo Direct, apresentando todas as suas novidades em um só lugar. Da mesma forma, no passado, a Disney também realizou um evento voltado para acionistas, transmitido para o mundo todo.

Parece que as produtoras estão buscando seu próprio momento de destaque para exibir o que têm em seus portfólios, em vez de depender de uma única hora reservada para apenas 6.500 fãs.

Diante dessa perspectiva, muitos se perguntam se as feiras presenciais são realmente necessárias. O mundo da tecnologia levantou esses questionamentos, e eventos como a Mobile World Congress e a E3 Games sentiram impactos profundos pelas desistências de grandes marcas de participar de ações presenciais.

O futuro da indústria cinematográfica e do marketing é incerto. Embora a Comic-Con possa recuperar seu status de centro neurálgico no próximo ano, nos escritórios da Sony, Marvel, HBO e Universal, certamente estão sendo elaborados planos para lidar com a situação, aproveitando a oportunidade proporcionada pela greve dos roteiristas.

Ventos de mudança estão soprando em Hollywood, e resta saber se essas mudanças se transformarão em um tornado capaz de revolucionar toda a indústria. Vamos aguardar os desdobramentos dos últimos acontecimentos.

O futuro do cinema e do audiovisual está em jogo, e somente o tempo dirá como essas mudanças afetarão o setor como um todo.

Uma coisa é certa: estamos testemunhando uma era de transformação na indústria, e o resultado final está longe de ser previsível.


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@oEduardoMoreira